NOTÍCIA E INFORMAÇÃO
EM DEFESA DE OTÁVIO BARROS
MÁRIO RIBEIRO MARTINS
da Academia Tocantinense de Letras
No meu livro A CONSCIÊNCIA DA LIBERDADE E OUTROS TEMAS (Goiânia, Kelps, 2008), fiz considerações sobre vários livros importantes, entre os quais, VIAGEM AO TOCANTINS (São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1945), de Júlio Paternostro, ENTRE SERTANEJOS E INDIOS DO NORTE (Rio de Janeiro, AGIR, 1946), de José Maria Audrin, além dos livros de Moura Lima, Juarez Moreira e outros. Esta introdução é para dizer que em 1998, quando me mudei para Palmas, procedente de Anápolis e Goiânia, onde me aposentei como Procurador de Justiça, do Ministério Público de Goiás, localizei, logo de cara, nas bancas de Palmas, um livro importantíssimo: BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS E DE SUA GENTE - UMA LUTA SECULAR, de Otávio Barros da Silva.
Fiquei encantado com o livro que tinha sido publicado pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins, via Editora Solo, de Brasília, mas com a indicação: Araguaina, Tocantins, 1997, 262 páginas. O livro tem observações de Antonio Conceição Cunha Filho e prefácio de Adão Bomfim Bezerra. A preciosidade do livro pode ser medida pelo conteúdo de seus capítulos.
OS TEMPOS COLONIAIS tratados no Capitulo I são de uma riqueza enorme. Neste capitulo são focalizados temas, como: O Descobrimento do Rio Tocantins pela Foz. Entradas e Bandeiras. Avanço da Pecuária sobre o Tocantins. A Colonização primária. O Indígena e o Colonizador. A Mineração de Ouro. Um Judeu errante no Tocantins. Criação de Gado.
O ROLAR DOS SÉCULOS é o Capitulo II. Que pesquisa fabulosa! Nele são tratados assuntos como: A Comarca do Norte de Goiás. O Tocantins segundo Cunha Matos. Viajantes do século XIX. Como se fundava um Arraial. Rebeliões no Tocantins. A Inconclusa Epopéia da Navegação. Couto Magalhães e a Navegação do Araguaia. Ferrovia e Hidrovia.
Estradas de Rodagem. O Poder sem muito Poder. Mudanças Econômicas e Sociais. Ciclo de Cristal. As Dificuldades nas Comunicações. O Comercio. Projetos Frustrados. O Advento da Belém/Brasília. A Estrada da Onça.
A HERANÇA DO PASSADO é o Capitulo III. Neste capitulo se trata de: Identidade Regional, Cultura Popular, A Festa do Divino, Musica e Mitos, Os Fazeres Culturais e Materiais, O Sertão e suas degradações. A Educação antiga. A Imprensa no Passado.
No Capitulo IV, se tem A PROVINCIA DA PALMA. Há assuntos como: Comarca do Norte e o Ouvidor Segurado. Palma Independente. Tumultos no Novo Governo. Goiás reage e revida. O Interventor Filósofo. Duvidas Históricas.
OS MOVIMENTOS MODERNOS E A CRIAÇÃO DO TOCANTINS é o Capitulo V. São focalizados temas como: A Luta de Lysias Rodrigues, o Território do Tocantins, O Manifesto Pró-Território. Feliciano Braga e o Movimento do Porto. A Guerra Esquenta. A CENOG continua o Movimento. Siqueira Campos retoma a Bandeira. Ação da CONORTE. A União Tocantinense. O Comitê Pró-Tocantins. A Batalha Final - Criado o Estado do Tocantins.
TOCANTINS: UM ESTADO PARA O SÉCULO XXI é o Capitulo VI. Neste capitulo são focalizados temas como: Um Rápido Esboço, Dados Complementares, Riquezas Naturais. Uma Breve Análise do Estado. Dicionário e Toponímia Tocantinenses. Dicionário do Tocantins. Topônimos. Anexos Documentais. Bibliografia e Ilustrações.
Como se pode deduzir, o livro de Otávio Barros, BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS E DE SUA GENTE-UMA LUTA SECULAR, já agora na 2ª Edição, é um livro completo. O que não se pode conceber é que alguém escreva sobre o Tocantins e não coloque, pelo menos, na sua bibliografia, este precioso livro de Otávio Barros. Infelizmente, isto está acontecendo. Autores publicando livros sobre o Tocantins, sem uma referência ao trabalho de Otávio Barros. Uma das duas coisas: Ou se está agindo de má fé, ou não se está pesquisando corretamente. Citar livros neste contexto? É fácil. A primeira edição do livro de Otávio Barros é de 1996. Logo, todos os livros publicados depois deste ano deveriam citá-lo ainda que na Bibliografia.
Em 1999, pela Editora da UFG, Temis Gomes Parente (professora da UFT) publicou FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO ESTADO, sem nenhuma referência ao livro de Otávio Barros. Em 1999, pela Editora da UCG, Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante (professora da UCG) publicou TOCANTINS - O MOVIMENTO SEPARATISTA DO NORTE DE GOIAS (1821-1988), sem nenhuma linha sobre o livro de Otávio. Já em 2003, a mesma autora Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcante publicou pela Editora da UCG, o livro O DISCURSO AUTONOMISTA DO TOCANTINS, sem nenhuma citação do livro de Otávio Barros.
Em 2006, pela Editora Kelps, Juciene Ricarte Apolinário (professora da UFT) publicou “OS AKROÁ E OUTROS POVOS INDIGENAS NAS FRONTEIRAS DO SERTÃO - Politicas indigena e indigenista no norte da capitania de Goiás, atual Estado do Tocantins, século XVIII”, também sem nenhuma referência ao trabalho de Otávio Barros. Em 2007, pela Editora Kelps, a mesma autora Juciene Ricarte Apolinário publicou o livro “ESCRAVIDÃO NEGRA NO TOCANTINS COLONIAL -Vivências escravistas em Arraias(1739-1800)”, sem nenhuma linha sobre o livro de Otávio Barros.
Como se observa, quase todos os livros acima são resultado de Teses de Mestrado e Doutorado, em que a pesquisa em termos de livros, artigos e outros materiais é super exigente. Mas, parece que o mundo acadêmico e universitário não morre de amores por Otávio Barros, daí por que os seus livros são propositadamente omitidos quando se trata de referências bibliográficas.
E quando se diz propositadamente é porque o livro de Otávio Barros, editado em Brasília, pela Editora Solo, tendo como Coordenador Editorial Paulo Bertran, em convênio com a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (FIETO), foi espalhado por todas as escolas do Tocantins, pelas Bibliotecas Públicas, pelas bibliotecas de Faculdades e Universidades, vendido em bancas de revista, colocado em órgãos do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, de tal maneira que nenhum pesquisador pode alegar ignorância do livro.
Quanto ao conteúdo não se discute, porque Otávio Barros esmiuçou Arquivo Públicos e de bibliotecas de Belém, Recife, Rio de Janeiro, Goiás Velho, Portugal, Arquivo Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Biblioteca Nacional, Arquivo Histórico Ultramarino, Arquivo da Biblioteca do Palácio da Ajuda, etc, de tal modo que dados inéditos conseguidos por Otávio Barros são hoje mencionados em vários livros, sem que lhe seja dado o devido crédito e nem referência nas bibliografias.
Em 2006, pela Kelps, Francisquinha Laranjeira Carvalho publicou FRONTEIRAS E CONQUISTAS PELO ARAGUAIA - SÉCULO XIX e não é que se esqueceu da HISTÓRIA DIDÁTICA DO TOCANTINS (que trata do Araguaia), de Liberato Póvoa, cujo parecer favorável à publicação foi dado por ela mesma, como Secretária Executiva do Conselho Estadual de Cultura do Tocantins, em setembro de 1999, na época do então Presidente José Gomes Sobrinho.
Em 2007, pela editora da UCG, Jocyléia Santana dos Santos (professora da UFT), publicou o livro O SONHO DE UMA GERAÇÃO - O MOVIMENTO ESTUDANTIL GOIÁS E TOCANTINS, sem nenhuma referencia bibliográfica a Otávio Barros, embora este tenha no seu livro um capitulo “A CENOG CONTINUA O MOVIMENTO”. Para quem não sabe, CENOG significa CASA DO ESTUDANTE DO NORTE GOIANO. O livro de Jocyléia é também sua tese de Mestrado.
Como se não bastasse, agora em novembro de 2008, Cleiton Oliveira (Professor do COC) lançou pela Editora Kelps o livro TOCANTINS - SAGA E HISTÓRIA. Este exagerou, eis que, não mencionou em sua bibliografia nenhum dos três nomes da historiografia tocantinense atual: não citou nem Liberato Povoa (História Didática do Tocantins, 1999), nem Otávio Barros (Breve História do Tocantins, 1996) e nem Júnio Batista (Conhecendo o Tocantins, 2007).
MÁRIO RIBEIRO MARTINS-PROCURADOR DE JUSTIÇA E ESCRITOR. SITE: www.mariomartins.com.br CAIXA POSTAL, 90, PALMAS, TOCANTINS, 77001-970. FONES: (063) 32154496. (063) 99779311. HOME PAGE: http://www.genetic.com.br/~mario E-MAIL: mariormartins@hotmail.com
HISTORIOGRAFIA DO TOCANTINS
Otávio Barros e os acadêmicos de História
Mario Ribeiro Martins*
Não é que a Professora FRANCISQUINHA LARANJEIRA CARVALHO me disse durante o Salão do Livro, entre 8 a 17 de maio, de 2009, em Palmas, que o escritor Otávio Barros da Silva não é HISTORIADOR porque não é formado em História, não tem curso de mestrado e doutorado em História.
Pode uma afirmativa dessa?
Para quem não sabe Otávio Barros é autor da melhor historia do Tocantins, intitulada “BREVE HISTÓRIA DO TOCANTINS E DE SUA GENTE- UMA LUTA SECULAR”(1996).
Os grandes historiadores brasileiros não eram formados em História. Mesmo por que os cursos de história só foram criados na década de 1930, dentro das Faculdades de Filosofia. Na década de 1950, eles começaram a ser desmembrados destas Faculdades de Filosofia, dando origem aos atuais cursos de História e Geografia.
Que dizer de Capistrano de Abreu, Manuel de Oliveira Lima, Rocha Pombo, Varnhagen, Sérgio Buarque de Holanda, e tantos outros?
Um resumo da biografia de cada um deles, mostra que quase todos eram formados em Direito.
QUE DIZER DE CAPISTRANO DE ABREU?
JOÃO CAPISTRANO HONÓRIO DE ABREU (Maranguape, Ceará, 23 de outubro de 1853 — Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1927) foi um historiador brasileiro.
Fez os seus estudos primários e secundários em Fortaleza e no Recife, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1875, onde trabalhou como caixeiro na famosa Livraria Garnier, passando a colaborar no periódico Gazeta de Notícias.
Nomeado oficial da Biblioteca Nacional (1879), inscreveu-se em concurso do Colégio Pedro II para o cargo de professor de Corografia e História do Brasil (1883). A tese que apresentou versava sobre o Descobrimento do Brasil e seu desenvolvimento no século XVI, considerada como uma das mais importantes obras em historiografia de história do Brasil.
Aprovado, tomou posse do cargo em 23 de julho de 1883, com 30 anos de idade, permenacendo no cargo até 1899, quando Epitácio Pessoa, então ministro da Justiça, determinou anexar o ensino de história do Brasil ao de história universal.
Em sinal de protesto Capistrano recusou-se a lecionar a nova disciplina, preferindo manter-se em disponibilidade para se dedicar à pesquisa.
Como se vê, O HOMEM NUNCA FEZ CURSO DE HISTÓRIA. Quando ele morreu, em 1927, ainda faltavam muitos anos para se criar o curso de história no Brasil. Mesmo assim, um dos maiores HISTORIADORES BRASILEIROS.
Seus livros: Estudo sobre Raimundo da Rocha Lima (1878), José de Alencar (1878), A língua dos Bacaeris (1897), Capítulos de História Colonial (1907), Dois documentos sobre Caxinauás (1911-1912), Os Caminhos Antigos e o Povoamento do Brasil (1930), O Descobrimento do Brasil (1883), Ensaios e Estudos (1931-33, póstumos), Correspondência (1954, póstuma).
QUE DIZER DE OLIVEIRA LIMA?
FUNDADOR DA CADEIRA 39 DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS-OLIVEIRA LIMA(Manuel de Oliveira Lima), de Recife, Pernambuco, 25.11.1867, escreveu, entre outros, ASPECTOS DA LITERATURA COLONIAL BRASILEIRA(Ensaio-1896), LA LANGUE PORTUGAISE, LA LITTERATURE BRASILIENNE(Ensaio-1909), MACHADO DE ASSIS ET SON OEUVRE LITTERAIRE(Ensaio-1909), ASPECTOS DA HISTORIA E DA CULTURA DO BRASIL(1923), sem dados biográficos completos nos livros e sem qualquer outra informação ao alcance da pesquisa, via textos editados.
Filho de Luís de Oliveira Lima e Maria Benedita de Oliveira Lima. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.
Sendo seu pai português que tinha vindo para o Brasil em 1834, resolveu voltar para Portugal, em 1875, quando Oliveira Lima tinha oito(8) anos de idade. Foi educado em Lisboa desde a mocidade. Estudou no Colégio Lazarista o curso de Humanidades, bem como na Escola Acadêmica.
Freqüentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde, junto com outros colegas brasileiros, fundou o jornal CORREIO DO BRASIL. Fez o curso de Diplomacia na Torre do Tombo. Familiarizou-se com os diplomatas brasileiros que serviam em Portugal, especialmente com Lopes Gama, o Barão de Carvalho Borges e o Barão de Aguiar de Andrada para os quais prestou serviços de cópias de ofícios e notas.
Aproveitou sua permanência em Portugal para dedicar-se a profundas pesquisas de caráter histórico. Viajou pela Europa, visitando os parlamentos e fazendo grandes amizades. Entrou no serviço diplomático brasileiro em 1890, com 23 anos de idade, como Adido à legação em Lisboa.
Em 1891, foi promovido a Secretário. Mais tarde, sob a chefia do Barão de Itajubá, desenvolveu sua atividade em Berlim. Em 1896 foi transferido para Washington, na qualidade de Primeiro-Secretário, às ordens de Salvador de Mendonça. Até então, já tinha publicado, os livros PERNAMBUCO, SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO, SETE ANOS DE REPÚBLICA e ASPECTOS DA LITERATURA COLONIAL.
De Washington, nos Estados Unidos, passou mais tarde para Londres, na Inglaterra, onde conviveu durante algum tempo com Joaquim Nabuco, Eduardo Prado, Graça Aranha e José Carlos Rodrigues. Por nova designação, foi enviado para o Japão.
Em 1904, com 37 anos, embora contrariado, foi enviado para a Venezuela.
Publicou tambem: MEMÓRIA SOBRE O DESCOBRIMENTO DO BRASIL, HISTÓRIA DO RECONHECIMENTO DO IMPÉRIO, ELOGIO DE F. A. VARNHAGEN, NO JAPÃO e SECRETÁRIO DEL-REI (PEÇA HISTÓRICA).
A atividade literária de Oliveira Lima se estendeu à colaboração em jornais de Pernambuco e de São Paulo, dando margem à publicação de PAN-AMERICANISMO E COISAS DIPLOMÁTICAS.
Em 1907 foi nomeado para chefiar a legação do Brasil em Bruxelas, cumulativamente com a da Suécia.
Em 1913, com 46 anos de idade, o Senado Brasileiro vetou a indicação de seu nome para a chefia de nossa legação em Londres, sob a acusação de monarquista. O veto se deveu à interferência, naquela Casa, do Senador Pinheiro Machado.
Sendo jubilado, prosseguiu Oliveira Lima no acabamento de seus escritos de natureza histórica, fixando residência em Washington onde teve oportunidade de prestar relevantes serviços na Universidade Católica, à qual legaria sua magnífica biblioteca.
DOM JOÃO VI, sua obra mais importante foi publicada em 1909, tendo sido seguida pelo livro O MOVIMENTO DA INDEPENDÊNCIA (1922). A publicação póstuma do livro MEMÓRIAS DE OLIVEIRA LIMA teve enorme repercussão, sobretudo pelas revelações íntimas e apreciações críticas feitas pelo grande historiador pernambucano.
Outros trabalhos: Aspectos da literatura colonial brasileira, 1896; La Langue portugaise, La Littérature brésilienne, 1909; Machado de Assis et son oeuvre littéraire, 1909; O movimento da Independência; Aspectos da história e da cultura do Brasil, 1923; Obra seleta, 1971.
Publicou numerosas obras de história, entre elas: Memória sobre o descobrimento do Brasil; História do reconhecimento do Império; Elogio de F. A. Varnhagen; No Japão; Secretário Del-Rei; Dom João VI no Brasil.
Faleceu em Washington (Estados Unidos da América), em 24.03.1928, com 61 anos de idade.
Membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Fundador da Cadeira 39. Recebeu o Acadêmico Artur Orlando.
Sua Cadeira 39, na Academia Brasileira de Letras tem como Patrono Francisco Varnhagen, Fundador(ele mesmo, Oliveira Lima), sendo também ocupada por Alberto de Faria, Rocha Pombo, Rodolfo Garcia, Elmano Cardim, Otto Lara Resende, Roberto Marinho e Marco Maciel.
Não é estudado no DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO DE POETAS PERNAMBUCANOS(1993), de Lamartine Morais.
Bem analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
Apesar de sua importância e de ter sido Embaixador do Brasil, inclusive nos Estados Unidos, não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.
É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br
GRANDE PARTE DA MELHOR TRADIÇÃO HISTORIOGRÁFICA BRASILEIRA POUCO TEVE A VER COM A FORMAÇÃO EM CURSO DE HISTÓRIA.
Portanto, a Francisquinha tem de rever o seu conceito de HISTORIADOR!
Autores seminais (criadores de novas idéias), como Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Junior e mesmo historiadores vivos importantes não fizeram formação específica em História: José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral e Alberto Costa e Silva, só pra citar alguns, não tiveram graduação na área. A própria profissão de historiador nunca foi regulamentada.
QUE DIZER DE SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA?
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, de São Paulo, 11.07.1902, escreveu, entre outros, RAÍZES DO BRASIL. RIO DE JANEIRO, 1936. COBRA DE VIDRO. SÃO PAULO, 1944. MONÇÕES. RIO DE JANEIRO, 1945. EXPANSÃO PAULISTA EM FINS DO SÉCULO XVI E PRINCÍPIO DO SÉCULO XVII. SÃO PAULO, 1948. CAMINHOS E FRONTEIRAS. RIO DE JANEIRO, 1957. VISÃO DO PARAÍSO. OS MOTIVOS EDÊNICOS NO DESCOBRIMENTO E COLONIZAÇÃO DO BRASIL. São Paulo, 1959. DO IMPÉRIO À REPÚBLICA. São Paulo, 1972. (História Geral da Civilização Brasileira, Tomo II, vol. 5). TENTATIVAS DE MITOLOGIA. São Paulo, 1979. SERGIO BUARQUE DE HOLLANDA: HISTÓRIA (org. Maria Odila Dias). São Paulo, 1985. O EXTREMO OESTE [obra póstuma]. São Paulo, 1986. O ESPÍRITO E A LETRA (org. Antonio Arnoni do Prado) 2 vols. São Paulo, 1996. PARA UMA NOVA HISTÓRIA (org. Marcos Costa). São Paulo, 2004 (coletânea de textos, publicados, quase todos, em jornais de notícias).
Foi um dos mais importantes historiadores brasileiros. Foi também crítico literário e jornalista.
Sérgio Buarque de Holanda estudou em diversas escolas de São Paulo. Mudou-se, em 1921, com 19 anos de idade, para o Rio de Janeiro, matriculando-se na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde obteve o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1925, com 23 anos.
Ao longo da década de 1920, atuou como representante do movimento modernista paulista no Rio de Janeiro. Trabalhou então em diferentes órgãos de imprensa e, entre 1929 e 1930, foi correspondente dos Diários Associados em Berlim, onde também freqüentou atividades acadêmicas, como as conferências do historiador Friedrich Meinecke.
De volta ao Brasil no começo dos anos 30, continuou a trabalhar como jornalista. Em 1936, com 34 anos, obteve o cargo de professor assistente da Universidade do Distrito Federal.
Neste mesmo ano(1936), casou-se com Maria Amélia de Carvalho Cesário Alvim, com quem teria sete filhos: Sérgio, Álvaro, Maria do Carmo, Ana Maria, Maria Cristina, além dos músicos Miúcha e Chico Buarque.
Ainda em 1936, publicou o ensaio RAÍZES DO BRASIL, que foi seu primeiro trabalho de grande fôlego e, ainda hoje, é o seu escrito mais conhecido.
Em 1939, extinta a Universidade do Distrito Federal, passou a trabalhar na burocracia federal. Em 1941, com 39 anos, passou uma longa temporada como VISITING SCHOLAR em diversas universidades dos Estados Unidos da América.
Reuniu, no volume intitulado COBRA DE VIDRO, em 1944, uma série de artigos e ensaios que anteriormente publicara nos meios de imprensa.
Publicou em 1945 e 1957, respectivamente, MONÇÕES E CAMINHOS E FRONTEIRAS, que consistem em coletâneas de textos sobre a expansão oeste da colonização da América Portuguesa entre os séculos 17 e 18.
Em 1946, agora com 44 anos, voltou a residir em São Paulo, para assumir a direção do Museu Paulista, - que ocuparia até 1956 - sucedendo então ao seu antigo professor escolar Afonso Taunay.
Em 1948, passou a lecionar na Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na cátedra de História Econômica do Brasil, em substituição a Roberto Simonsen.
Viveu na Itália entre 1953 e 1955, onde esteve a cargo da cátedra de estudos brasileiros da Universidade de Roma. Em 1958, assumiu a cadeira de História da Civilização Brasileira, agora na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP.
O concurso para esta vaga motivou-o a escrever VISÃO DO PARAÍSO, livro que publicou em 1959, no qual analisa aspectos do imaginário europeu à época da conquista do continente americano.
Ainda em 1958, com 56 anos, ingressou na Academia Paulista de Letras e recebeu o Prêmio Edgar Cavalheiro, do Instituto Nacional do Livro, por CAMINHOS E FRONTEIRAS.
A partir de 1960, passou a coordenar o projeto da HISTÓRIA GERAL DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA, para o qual contribuiu também com uma série de artigos.
Em 1962, com 60 anos, assumiu a presidência do recém-fundado Instituto de Estudos Brasileiros. Entre 1963 e 1967, foi professor convidado em universidades no Chile e nos Estados Unidos da América e participou de missões culturais da Unesco em Costa Rica e Peru.
Em 1969, com 67 anos, num protesto contra a aposentadoria compulsória de colegas da Universidade de São Paulo pelo então vigente regime militar, decidiu encerrar a sua carreira docente.
No contexto da História Geral da Civilização Brasileira, publicou, em 1972, com 70 anos, DO IMPÉRIO À REPÚBLICA.
Permaneceu intelectualmente ativo até 1982, tendo ainda neste último decênio publicado diversos textos. De 1975 é o volume VALE DO PARAÍBA - VELHAS FAZENDAS E DE 1979, a coletânea TENTATIVAS DE MITOLOGIA.
Nestes últimos anos, trabalhou também na reelaboração do texto de DO IMPÉRIO À REPÚBLICA - que não chegou a concluir.
Participou, em 1980, com 78 anos, da cerimônia de fundação do Partido dos Trabalhadores. Neste mesmo ano, recebeu tanto o Prêmio Juca Pato, da União Brasileira de Escritores, quanto o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro.
Faleceu em São Paulo, em 24.04.1982, com 80 anos de idade.
Apesar de sua importância, não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO(2001, 5 volumes, 6.211 páginas), da Fundação Getúlio Vargas e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural, etc.
Bem analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001.
É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br ou www.mariomartins.com.br
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