NOTÍCIA E INFORMAÇÃO
A MATANÇA DOS ÍNDIOS EM BABAÇULÂNDIA
Serra da Matança. Não é apenas coincidência. Nessa serra no final do século XIX aconteceu de fato uma carnificina. Ela fica a 5 km de Babaçulândia, cidade às margens do rio Tocantins, aqui no Tocantins. Esse acontecimento é hoje conhecido por pouca gente e vai aos poucos perdendo a referência histórica e ficando apenas o topônimo. Pesquisando para a composição de um livro sobre a cidade, descobri a história do lugar e a maneira como os pecuaristas se apropriavam então das terras pertencentes aos índios.
No livro Índios e Criadores, o professor Júlio Cezar Melatti trata de como os índios Krahô chegaram a essa região. Vieram expulsos pelos pecuaristas que avançaram no início do século XIX da Bahia para o Piauí e entraram no Maranhão pelo vale do rio Balsas.
Aí encontraram os Krahô. Numa ação que era irreprimível pela força devastadora que impunha a qualquer obstáculo encontrado, restou aos índios decidirem por uma das duas opções: ficar, enfrentar o usurpador e ser exterminado ou fugir em busca de outras paragens para procrastinar o extermínio. Escolheram a segunda opção.
Cruzaram o rio Tocantins para a então província de Goyaz entre as barras dos rios Farinha e Manoel Alves Grande. Atravessaram justamente sobre Babaçulândia, que nessa época ainda não existia. Tudo aqui era um imenso deserto verde. Os pecuaristas chegaram seguido sequiosos de mais terras, uma vez mais para desalojar os índios e estabelecer fazendas para a criação de gado.
Os índios, encurralados, subiram a serra e lá habitaram para resistir. Àquela época, sem proteção, eram presas fáceis. Foram exterminados no topo da serra. Em muitas oportunidades os pecuaristas, em toda a frente ampla que avançava por essa região, iludiram-os com propostas que não cumpririam. Quando os índios aquiesciam e deixavam suas trincheiras, eram chacinados e os sobreviventes vendidos como escravos para as fazendas de algodão e arroz do litoral maranhense.
AMANSAÇÃO
Era uma prática corriqueira nessa região adotada pelos pecuaristas do século XIX para ocupar e apropriar-se das terras para a criação de gado. Na verdade, um eufemismo para nomear a ação de extermínio indígena.
Quando os índios demonstravam a firme intenção de não abandonar o lugar e resistir, homens eram contratados para a “limpeza da área”. O resultado era o genocídio sem qualquer condescendência. Quando a terra era liberada, estava pronta para o estabelecimento do novo proprietário e sua equipe de trabalho. Casas eram erguidas e a fazenda começava a produzir com tranquilidade.
Babaçulândia começou a existir como centro urbano no início do século XX, com a presença de habitantes remanescentes dessas fazendas. Em 1926, outras famílias se estabeleceram às margens do rio Tocantins e o pequeno povoado recebeu o nome de Nova Aurora do Coco. Em meados da década de 1950, alcançou a emancipação e o município recebeu o nome atual.
A Serra da Matança está a apenas 5 km do centro da cidade. Pela importância que teve na história da recente ocupação humana na região, é hoje sítio arqueológico cm proteção da Universidade Federal do Tocantins. Há na encosta da serra uma caverna, refúgio dos índios Krahô daqueles tempos. Inscrições no arenito das paredes contam a sua saga e o seu sofrimento histórico.
(jLeandro)
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